Foi lançada, em 27 de julho de 2016, a Agência Noticiosa de Timor-Leste (ANTIL), a mais nova agência do mundo lusófono. Depois de mais de dois anos de preparação, o governo timorense anunciou, naquela data,  o estabelecimento oficial da empresa, submetida à Secretaria de Estado de Comunicação Social do país. As operações da nova agência começaram em setembro, quando o estatuto do órgão foi aprovado e o website entrou no ar.

Desde então, a ANTIL vem ofertando seu serviço noticioso em três idiomas – português, inglês e tétum, a língua nacional do Timor – e incluindo serviços de texto, foto e streaming de vídeo, além de uma adaptação da interface para visualização em plataformas móveis. Além de aplicativos mobile para sistemas Android e iOS (Apple/iPhone), a ANTIL (em tétum, chamada Ajénsia Notisioza Timor-Leste) já tem perfis em mídias sociais (Facebook e Twitter).

Para acessar o conteúdo integral dos serviços no website é necessário cadastro de assinante, mediante pagamento prévio.

antilA estrutura inicial da ANTIL, sediada em Díli, capital do país, é composta por 24 jornalistas, incluindo quatro editores-executivos, sete editores de área, dois fotógrafos e 11 repórteres, mais um assessor e uma secretária de redação. Várias funções, no entanto, são acumuladas por mais de um profissional. Sete dos jornalistas passaram por um curso de capacitação em Lisboa durante dois meses, no CENJOR (Centro Protocolar de Formação para Jornalistas). A direção-geral é de Nélio Isaac Sarmento, que acumula o cargo de secretário da Comunicação Social do governo timorense.

Para o conteúdo, a agência também firmou parcerias com a Direção Nacional da Disseminação e Informação (DNDI/V) e 16 rádios locais dos municípios do país.

“Hoje é lançado o ‘embrião’ da agência, através do portal de informação oficial do Estado de Timor-Leste. Portanto, a partir de hoje, Timor-Leste já tem uma agência oficial, uma agência noticiosa para prestar informação a todo o território de Timor-Leste e também às comunidades timorenses no estrangeiro”, disse Sarmento na ocasião.

As primeiras propostas para a criação de uma agência no Timor-Leste vieram à tona em 2012, quando a Lusa, agência nacional de Portugal (ex-colonizador do país asiático), empreendeu um estudo de viabilidade para o projeto. Em 2013, a Lusa apresentou uma proposta de parceria para a criação da agência. Em agosto de 2014, um seminário internacional em Díli reuniu representantes das agências de Portugal, a Lusa, e da Indonésia, a Antara, para discutir desafios e possibilidades concretas do estabelecimento de uma agência nacional timorense. O ex-presidentre José Ramos-Horta e o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri também participaram do evento.

Segundo o comunicado oficial, a criação da agência foi incluída no programa de governo em março de 2015, aprovada pelo gabinete em fevereiro de 2016 e publicada no diário oficial timorense em março.

“O lançamento desta primeira fase da ANTIL cumpre outra premissa do governo e marca o começo de um programa de expansão para socializar a informação entre o povo do Timor-Leste, ampliando a conscientização e estimulando a participação de todos no desenvolvimento do país”, disse o porta-voz do governo, Ágio Pereira.

Esta não é a primeira iniciativa timorense no jornalismo de agências: de 1977 a 1985, foi mantida em Sydney, na Austrália, a ETNA (East Timor News Agency), durante o período em que o movimento pela libertação do Timor estava no exilío, após a invasão e ocupação do país pela Indonésia (que durou de 1975 a 1999).

Agora, a ANTIL já nasce como membro da Aliança das Agências de Informação de Língua Portuguesa (ALP), que reúne também a Lusa, a Agência Brasil/EBC, a Angop (Angola), a AIM (Moçambique), a ANG (Guiné-Bissau), a STP-Press (São Tomé e Príncipe) e a Inforpress (Cabo Verde). Segundo Sarmento, a ANTIL buscará cooperação e acordos de intercâmbio jornalístico com as agências da CPLP e do bloco ASEAN, do Sudeste Asiático.