Funcionários da Agence France-Presse (AFP) cruzaram os braços na quinta-feira (18/10) e se reuniram em assembleia para exigir que seja retirado um projeto de fechamento de 125 postos de trabalho na empresa, anunciado há duas semanas pelo novo diretor-presidente, Fabrice Fries.
É a segunda vez em que os sindicatos que representam jornalistas e técnicos da agência se manifestam este mês.
O plano de redução de custos operacionais apresentado por Fries pretende reduzir a folha de pagamento em 14 milhões de euros até 2023, por meio de demissões voluntárias não substituíveis.
Na quinta-feira, os funcionários da AFP paralisaram as operações da agência por três horas na França e em outros países, simultaneamente, para se reunir em assembleia, quando a proposta foi discutida. A paralisação teve forte adesão, segundo os dirigentes. Os representantes dos sindicatos de todas as categorias da agência reiteraram sua oposição à demissão coletiva, alegando que ela impediria a agência de funcionar normalmente e continuar produzindo informações de qualidade.
Fries, eleito em abril deste ano para presidir a agência francesa, enfatiza a necessidade de cortar custos devido ao que chamou de “impasse financeiro” que a AFP estaria enfrentando. Na terça (16/10), em audiência na Assembléia Nacional (parlamento francês), Fries disse estar “aberto à discussão” com os sindicatos.
“A negociação social é imperativa para a recuperação da AFP”, disse ele em entrevista ao jornal Les Echos, chamando novamente “uma discussão aberta sobre os termos deste plano”.
Os dirigentes sindicais explicaram que se recusaram a negociar com a gestão da AFP, que se teria mantido irredutível na proposta, sem apresentar plano alternativo. Eles pediram à administração da AFP que recorra ao Estado francês, que não tem pagado regularmente a agência por certos serviços prestados (chamados “missões de interesse público”).
Ainda não foi decidido se haverá novas mobilizações. Uma nova assembleia geral deve ser realizada no início de novembro.
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